Sobre o batismo

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   Muito antes do advento de Cristo, em sua primeira vinda, e consequentemente da aparição global da religião cristã, o batismo já era um ritual praticado por exemplo pelos helenistas, na região da Babilônia, no Egito e, independentemente de como era feito, seguia uma linha simbólica de raciocínio, que tentava elipsar a purificação de impureza moral ou ritual, mas às vezes também: acréscimo das forças vitais e o dom da imortalidade, tudo isso no mesmo ato batismal. Tais costumes deveram sua origem ao senso do simbolismo, que é universalmente humano. 
   Os judeus, na região de Israel, também tinham uma visão sobre o batismo como os cristãos hoje conhecem, para eles, era uma forma de se purificar, prevista na lei mosaica, em tantas ordenanças, como quando um objeto impuro deveria ser lavado para se tornar puro, ou quando era para se retirar um pecado sexual. O batismo no judaísmo do primeiro e segundo templo, era mais efetuado em prosélitos, quando estes aderiam a religião judaica, como forma de entrada nela, não tendo tanta notoriedade, sendo reconhecido somente como um ritual de iniciação de uma nova vida. Porem, aos poucos, o batismo foi-se tornando algo mais importante dentro da religião judaica, sendo muitas vezes tratado de pé igual à circuncisão por eles, sendo uma maneira de purificação jurídica e legal. Isso dá a entender que quando João começou a batizar ele sabia que estava chegando um novo tempo, uma necessidade de uma nova iniciação, e não mais um batismo jurídico seria feito, mas sim, um batismo real de conversão e arrependimento, que foi aquele que João Batista pregou durante seu chamado profético.  
   Ora, como podemos explicar o que é batismo, em poucas palavras? Ele é a lavagem inicial, através da água, em nome do Pai, do Filho e do Espirito Santo ou somente em nome de Jesus, no qual o próprio Cristo ordenou aos seus discípulos para que administrassem em todos aqueles que viessem a crer na sua obra salvadora, tendo isso como uma marca do discipulado (Mt 28:19-20). Ele é uma proclamação da parte de Deus que significa para aqueles que creem, que definitivamente os seus pecados foram lavados pelo sangue de Jesus, e foram unidos com ele através de seu Espirito, tornando-se co-participantes de todos os benefícios que Jesus enfatizou ao seu povo. Para o homem, o batismo é uma confissão publica do seu pecado e um sinal de sua entrega para uma nova caminhada em Cristo. 
      Quando observamos o período do diluvio, podemos notar que há uma relação interessante à se fazer com o batismo. Em 1 Pedro 3:18-19 diz que Cristo “foi, e pregou aos espíritos em prisão; os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava, nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas, isto é, oito almas se salvaram através da água, que também agora, por uma verdade figura o batismo vos salva, o qual não é o despojamento da imundícia da carne, mas a indagação de uma boa consciência para com Deus, pela ressurreição de Jesus, o Messias [..]”. Embora este versículo seja muito debatido sobre as possíveis interpretações, o apostolo afirma que Noé e sua família, quando estes estavam dentro da Arca na qual Deus mandou construir, ao sair dela, se depararam com um mundo totalmente renovado, que foi destruído o velho mundo pelas águas, e dela submergiu um novo mundo, no qual Noé e sua família puderam usufruir antes de todos. Estes passaram ilesos pelo juízo divino para com os ímpios, e, paradoxalmente, garantiu-lhes o livramento.  

RELAÇÃO BATISMO X DILÚVIO 

   Assim como aconteceu com a família de Noé, o cristão atualmente sofre aquilo que o mundo sofreu com o diluvio, onde através da água, ele se torna um receptor da justiça de Deus, estando seguro em Cristo.  
   Jesus, por assim dizer, é representado pela Arca que guarda a família de Noé, que nos representa e o diluvio, que é representado pelo batismo, afoga a iniquidade, deixando para trás o velho homem, assim como o mundo antigo foi esquecido. Ora, o próprio Deus diz através de Tiago que “Há só um Legislador e um Juiz, que pode salvar e destruir [...]” [Tg 4:12], onde através deste versículo podemos  entender também, ao relacionar com o batismo, que o mesmo Deus que salva e renova a alma através de Jesus, no batismo, também destrói o velho homem, que é deixado para trás. 
   Também como no período diluviano as águas ricocheteavam na Arca, sem causar dano algum aos integrantes da Arca, Jesus, o Cordeiro Santo de Deus, é o receptor do Juízo Eterno de Deus, que por amor a nós, morreu em nosso lugar, para ser o nosso escudo. 
   De acordo com o Novo Dicionário da Bíblia, de J.D Douglas, o batismo é o tipo; e o diluvio, o antítipo.”; temos aqui a demonstração de uma passagem que o crente faz para uma nova vida, porem, não realizada pelo batismo como tal, assim como Pedro adverte ao afirmar que ele (o batismo) “não pode apagar as imundícias da carne”, pois, este poder pertence somente e exclusivamente á redenção de Jesus, que pagou o preço de nossos pecados na cruz. Por isso, o batismo representa para nós a confirmação de um novo pacto sobre as nossas vidas e o nosso “mundo individual” no qual Jesus abre as portas (assim como um dia as portas da Arca foram abertas para que Noé e sua família usufruíssem do novo mundo destruído e renovado por Deus) para que entremos “confiadamente ao trono da graça, para que recebamos misericórdia e achemos graça, a fim de sermos socorridos em momento oportuno” [Hb 4:16]. 
   

O SELO ESPIRITUAL DA CIRCUNCISÃO 

   Nos tempos de Abraão, o pacto mais marcante foi o da circuncisão, ritual que até hoje Israelitas procuram seguir, por considerar isso sagrado, e isso para nós, também é um ponto central no Novo Testamento, que apresenta duas linhas sobre este tema. Em tese, a bíblia primeiramente fala que o significado espiritual da circuncisão (separação do povo escolhido) ainda rege a vida do crente permanentemente. O Ap. Paulo diz em Colossenses 2:13 que “quando estáveis vós mortos nos vossos delitos e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-nos todos os delitos. Se alguém conhece a realidade da simbologia da circuncisão, então também conhece um renovo divino, tal como Abraão sofreu um renovo que lhe possibilitou viver uma nova vida, se tornando um novo homem, mudando até mesmo o seu nome, adquirindo nova identidade. 
   Por isso, Paulo diz que os crentes ao conhecer a obra revivificadora de Deus através do Cristo Jesus, pelo o Espirito Santo, são eles a circuncisão, ou seja, a realidade e simbologia se cumpriram nos crentes. O que a circuncisão era no pacto Abraãmico, hoje, é o batismo para nós. Isso é entendido quando o apostolo utiliza a palavra “selo” em Romanos 4:11, e, ao mesmo tempo, Paulo utiliza a mesma palavra “selo” em 2Co 1:21 e Ef 1:13, por exemplo, mas desta vez se referindo ao batismo. A relação entre a circuncisão e o batismo, no entanto, é colocada em evidencia em Colossenses 2:11-12, que diz: “no qual também fostes circuncidados com a circuncisão não feitas por mãos no despojar do corpo da carne, a saber, a circuncisão de Cristo; tendo sido sepultados com ele no batismo, no qual também fostes ressuscitados pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos.” Ao denominar a “Circuncisão de Cristo”, Paulo diz entrelinhas que a circuncisão é espiritual e por isso tem efeito completo em nós, já que trata de um despojar completo do corpo da carne, que teve lugar por meio do batismo, mediante o qual os crentes são levados a um contato vital com a morte e ressurreição de Jesus.  

A SEPARAÇÃO DO POVO DE ISRAEL E O BATISMO 

   A relação neotestamentária com o pacto mosaico é feito em 1Co 10, ao afirmar que todos foram batizados em Moisés. Em entrelinhas, Paulo aceita que o antigo pacto possuía paralelos com o novo pacto, se tratando das ordenanças, como na parte do batismo em Moisés, que fala que eles foram batizados na nuvem e no mar (v.4). Pedro apresenta o batismo como o escape do crente do julgamento e a transição do mesmo para o reino de Deus, já Paulo, ligando o batismo com a circuncisão, mostra que o batismo é uma porta de entrada para o desfrutamento dos poderes do novo século, e, logo após faz uma profunda advertência contra a dependência do sinal externo. 
   O batismo israelita simbolizava a separação. A passagem pelo mar separou o povo eleito por Deus dos egípcios, e a nuvem, separou-os para Deus. Porem, em nenhum dos casos do batismo separador de Israel, teve um efeito totalmente positivo pois desagradaram a Deus logo após, através da desobediência. Por isso, os sinais externos não podiam salvá-los, fazendo com que perecessem no deserto, suportando a ira de Deus., e Paulo, usa isto como exemplo para nós.
   Por isso, não podemos depender das simbologias do batismo, nem de sinais externos, assim como o povo de Israel, já que o símbolo aponta para Jesus e ao mesmo tempo, aponta para nós, que devemos refletir o novo nascimento na nossa maneira de viver.

O BATISMO E SEUS FRUTOS 

   A união do batismo em água e no Espirito, conclamada pelo profeta João Batista, era um apelo ao povo para que este se arrependesse através do batismo do espirito, este que seria a remissão dos pecados, e o batismo nas aguas, representando o selo da promessa.  Ao declarar tais coisas, João Batista apontava para alguém que teria a função de batizar as pessoas através do Espirito Santo, no qual, o sinal da vinda foi a descida visível do Espirito. Somente por causa do batismo de Jesus, houve a união entre o batismo nas aguas e o do espirito, como uma força sinérgica, fazendo com que nisso habitasse o padrão das bênçãos relacionadas ao batismo no Novo Testamento. 
   No batismo, o Espirito Santo tem papel importante (assim como teve no batismo de Jesus, quando veio em forma de pomba) no batismo, e é presente, pois é ele quem opera as ações espirituais que são simbolizadas e seladas pela água; da mesma forma, ele mesmo tem como papel também ser o dom prometido. 
   Uma das ideias que entra também em destaque no batismo é a ideia da filiação ao Reino, que são: a remissão de pecados, o novo nascimento e entrada no reino, a designação para a união com o Pai, a participação nas obras de Cristo e a integração ao corpo de Jesus, esta que é hoje chamada de Igreja. Isto tudo é fruto da conexão, supracitada anteriormente, que liga  o sacrifico de Cristo ao simbolismo batismal. 

PEDO-BATISMO E CREDO-BATISMO

   Muito debatido durante a historia, a discussão de que as crianças também devem ser batizadas ainda é muito nítida atualmente, vista principalmente entre católicos e evangélicos. Uns dizem que o batismo só poder ser feito em quem pode dar o testemunho pessoal, qualquer que fosse os seus acontecimentos passados. Já outros, dizem que apesar dos relatos de batismos no NT somente acontecer em uma esfera que só os adultos são batizados, em nenhum dos casos qualquer adulto cresceu dentro de uma igreja visível, mas sim, todos eram convertidos vindos de fora. A atitude da Igreja, em relação a aqueles que nasceram dentro de suas estruturas, devem seguir um padrão bíblico geral relativo as famílias do novo crente. 
   Os pedo-batistas creem que os sinais da aliança, mas não a administração da aliança foi alterada, e que o batismo deve ser administrado aos filhos dos que estão sob a aliança exatamente como era no tempo da circuncisão. Ou seja, como foi afirmado anteriormente, o batismo possui conexão com a circuncisão, e os pedo-batistas tomam isso como um ponto forte, e, assim como as crianças eram circuncidadas, hoje elas também podem ser batizadas. 
    Já o credo-batista, ele batiza os crentes de acordo com o testemunho dos mesmos.  Os credo-batistas não levam o argumento de que o batismo e a circuncisão devem serem tratado de forma igualitária pois o Novo Testamento afirma que o individuo se torna filho de Abraão não de maneira hereditária, pois nem todos os que são de Israel são israelitas, mas sim, através da fé. E é por isso também que eles não veem a força do argumento utilizado por pedo-batistas quando usam 1Co 7:14, quando Paulo fala que as crianças são santas. No contexto, o Ap. Paulo está trazendo a tona uma discussão sobre o problema do casamento misto, e se santo significa que tais crianças são candidatas ao batismo, então, obviamente o cônjuge que ainda não foi convertido também deve ser batizado, pois, se a criança é santificada pelo pai e/ou mãe convertida, e por isso pode ser batizada, então o cônjuge incrédulo também.  
    Ora, refutando o argumento usado por pedo-batistas que judeus circuncidavam as crianças e por isso elas devem ser batizadas também, quem são hoje, biblicamente falando, os filhos de Abraão? Não são aqueles que andam nos passos de sua fé? Então, logicamente, se o batismo e circuncisão são iguais para os pedo-batistas, eles se auto-refutam utilizando esse argumento, já que, os filhos de Abraão são aqueles que tem fé, e crianças, não a tem.   
    Os defensores do batismo da conversão, como às vezes é chamado, diferem de outros cristãos antigos que batizavam tanto crianças quanto adulto. Porém, Embora seja verdade inquestionável que a maioria dos cristãos, se levarmos em conta toda a historia cristã, foram batizadas quanto crianças através da vontade dos pais e do decreto da Igreja Católica, porem, sem ter vontade própria. Ora, se não foram por vontade própria e nem por conversão, como podemos conciliar com a famosa afirmação “onde não há fé, não há sacramento”? Já que se não houve fé para ser batizado, então consequentemente, o batismo de criança não é sacro, mas sim uma mentira. Os pedo-batistas defendem que a representação de fé feita pelos pais para a criança resolve este problema, já que esta confissão se torna, diante de Deus, a confissão futura da criança, pois a bíblia ensina que se os pais instruírem os seus filhos no caminho de Deus, nunca se desviarão deles.  
    Na época onde as 95 teses de Lutero contra a Igreja Católica foram postas em pratica, dando origem à chamada Reforma Protestante, Lutero rejeitou o conceito romano e, ao invés disto, ensinou que a criança tem sim fé. Ou seja, além de Lutero crer que crianças poderiam sim ser batizadas, ele cria também que a criança possuía fé para ser batizada, assim como os adultos, e nisso, a Igreja Romana ainda não acreditava, embora cresse também no batismo infantil. Calvino deu continuidade à este pensamento, dizendo que uma fé era plantada na criança ( quando esta era filha de pais crentes) em virtude da promessa da aliança do Novo Testamento advinda da morte e ressurreição de Cristo. 
    Embora que o Novo Testamento nada fale sobre uma fé vicária e nem menciona o batismo de crianças pequenas, tanto pedo-batistas quanto credo-batistas admitem que na idade certa a criança deve sim confessar publicamente a sua própria fé, sem interferência externa. Por isso, o batismo infantil não é completo até ser averiguado por algum tipo de confirmação, da parte do batizado.  
    Pedo-batistas ainda usam como argumento, o fato de quem quando Jesus abençoa as crianças, chamando-as para si, isto pode ser usado como fonte que corrobora para o batismo infantil. Porém, mesmo que isto seja verdade, de que Jesus abençoou as crianças, fica difícil de retirar deste texto uma fonte e substancia que defenda o batismo infantil, com olhares critico, podendo ser considerada uma exegese forçada sobre o texto. 
   Spurgeon, um grande homem de Deus, que deixou para nós ricas literaturas que falam de maneira grandíssima sobre as coisas de Deus, diz em sua fala: “Vejam, leiam a palavra como está escrita, e não encontrarão nenhuma água aqui, somente Jesus. Será que a água e Cristo são a mesma coisa¿ Não; aqui há uma grande diferença, tão grande quanto entre Roma e Jeruslém... entre a falsa doutrina e o Evangelho do Nosso Senhor Jesus Cristo” (texto extraído de seu sermão feito em 24 de Julho de 1864, onde ele faz uma pregação rígida contra a doutrina pedo-batista). 

MODO DE BATISMO 

   Outro assunto muito debatido durante a historia é a forma de como se deve batizar, no qual, há uns que defendem a imersão total, fundamentada no próprio verbo “baptizo” que faz referencia ao sepultamento de Cristo, no qual, como Paulo afirmara, fomos sepultados juntos com ele. Por outro lado, há aqueles que defendem que independentemente da etimologia explicita na palavra supracitada “baptizo”, ela não exige imersão, como por exemplo o batismo do Espirito, que também é descrito como derramamento em várias passagens do NT e do AT, e que, segundo eles, insistir neste simbolismo de sepultamento é ignorar tantos outros aspectos da união com Cristo que o batismo também exulta.  
   Muitos estudiosos no mundo inteiro consentem ao afirmar que João Batista e o próprio Jesus foram batizados por imersão. No Didaqué (o mais antigo manual da igreja primitiva, datada do fim do primeiro século até a metade do segundo, que também trata de questões teológicas e doutrinárias como o batismo) a imersão é colocada como maneira correta de se batizar, e a aspersão é um meio opcional ao se fazer, como quando faltar a água, que já possui uma palavra diferente a usada para “batismo” (baptizo), ou seja, levando a crer que muda a maneiera, mas não muda o significado. 
   Para os reformados existem vários tipos e modos de como pode se administrar o batismo, tendo como possibilidade, por exemplo, através da aspersão, efusão ou a imersão. Os não-batistas, termo dado àqueles que aderem a doutrina reformada sobre o tema, contestam o simbolismo que os batistas dão à imersão, pois ela trata da forma como que fomos sepultados com Cristo, e que o próprio termo “baptizo supracitado significa imersão, tão somente. 
    A falácia, segundo os não-batistas, consiste em que primeiramente, o argumento de que fomos sepultados com Cristo, embora seja verdade, ele reside numa seleção arbitraria de certos aspectos do ensino de Paulo sobre nossa união no Corpo de Cristo. A união com Cristo representada pelo batismo, inclui mais do que a união com ele em seu sepultamento e ressurreição. Significa a união com ele em sua crucificação e morte. O sepultamento não deve ser igualado a ambos. Outras passagens, da mesma forma, provam a arbitrariedade da preocupação com a analogia do sepultamento e ressurreição. Paulo diz em Gálatas que fomos batizados e revestidos em Cristo. Seria injusto dizer quanto a forma de batismo com essa declaração, tanto em Galatas como em Romanos. A figura que Paulo oferece, na verdade, é ser vestido, como que com uma roupa, e não imersão, como anabatistas creem.  

SOBRE O BATISMO DOS MORTOS 

   Aqueles que defendem o batismo pelos mortos, que geralmente são os mórmons, costumam usar o versículo no qual Paulo afirma: “Se não há ressurreição, que farão aqueles que se batizam pelos mortos? Se absolutamente os mortos não ressuscitam, por que se batizam por eles?” (1 Co 15.29), e utiliza-lo como base para seus argumentos, já que, segundo os mormonistas, esse versículo diz que se alguém se batiza por uma pessoa morta, então esse morto é salvo. 
   Ora, de longe, dá para perceber que este versículo está isolado e fora de contexto, já que o próprio apostolo faz essa frase utilizando o tom como uma pergunta, ou seja, ele não está afirmando, ele está questionando. Ora, como explicado anteriormente, o batismo não é salvador, ele não pode salvar quem está vivo, quanto menos aqueles que já estão mortos, preparados para sofrerem o juízo de Deus. 
    Sobre o versículo em questão, estudiosos afirmam que Paulo poderia estar falando de uma heresia que havia na igreja de Corínto, que possui ainda muitas heresias, combatidas por ele mesmo em suas cartas. Ou seja, Paulo estaria questionando a terceiros sobre este ato, tentando encontrar uma sentido logico neste ato de batizar os mortos, como se questionasse: “Se vocês não acreditam na ressurreição, por que então se empenham na prática de se batizarem pelos mortos? Vocês são inconsistentes em suas próprias (falsas) crenças”. Os que entendem assim pensam que, por ser tal prática – o batismo pelos mortos – tão obviamente errada, Paulo nem precisou condená-la de modo explícito. Observam ainda que Paulo disse que “eles” (subentendido [em "aqueles"]) se batizam por causa dos mortos; ele não disse que “nós” nos batizamos pelos mortos (v.29). 
    Por isso, é claro que Paulo não estaria contrariando toda a Escritura com este versículo, mas questionando uma heresia que era vigente na época, e essa é só uma das maneira de interpretar essa questão, que ao lado das outras continua sendo muito mais coerente do que o batismo pelos mortos.

   O assunto do batismo embora envolva algumas controvérsias denominacionais  relacionado ao seu correto modo, ainda é um assunto que não acredito que deva ser motivo de divisão ou discussões vazias. O Batismo é nosso sepultamento com Cristo, através de um ato simbólico. Pois qualquer um com fé em Cristo reconhece que todo o poder para a salvação esta ele e não em objeto externo algum. Por isso irmãos, caso queiram defender seus pontos de vistas relacionado a isso, façam da maneira mais cordial possível, tento em mente que a água em si não salva ninguém, mas sim um coração arrependido voltado a Deus.


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